Uma das questões ambientais que mais preocupa os especialistas em sustentabilidade é a destinação adequada do lixo domiciliar. No Brasil, o CONAMA, Conselho Nacional de Meio Ambiente, determina que a sociedade pratique de forma integrada a logística reversa, forma de destinação de resíduos sólidos que deve servir de parâmetro, segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos materializada na Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010.
A logística reversa deve ser compreendida como um compartilhamento de responsabilidades pelo correto descarte do lixo. Ou seja, empresas, sociedade, órgãos públicos, e toda a cadeia produtiva deve se envolver e ter participação ativa para garantir que o lixo receba tratamento de forma a preservar o bem estar e a manutenção dos biomas.
Um dos aspectos mais complexos que envolve a questão do lixo é a formação do chorume, líquido tóxico proveniente do carreamento de matéria orgânica decomposta pela água. Também conhecido como percolado, representa um sério risco ao equilíbrio dos ecossistemas e principalmente aos lençóis freáticos e reservatórios d’água. Em lixões e aterros sanitários não controlados, ele se infiltra no subsolo, contaminando mananciais, tornando a água imprópria para consumo.
Como tratar o chorume de forma ambientalmente responsável?
Segundo Stelio Marques, da Brasil Tech, empresa de tratamento de chorume, o perigo do poluente deve ser medido pela sua DBO, Demanda Bioquímica de Oxigênio “o chorume é um grande vilão para os organismos porque é composto de matéria orgânica que, no seu processo natural de decomposição, suga do ambiente em que se encontra todo o oxigênio existente. Por isso, é um verdadeiro líquido da morte, que mata todo tipo de bioma em que porventura se depositar”.
As formas de tratamento de chorume podem ser biológicas, por oxidação ou químicas. No Brasil, a mais amplamente utilizada é a biológica, mais segura e menos onerosa. Basicamente, o tratamento biológico de chorume é feito nos Centros de Tratamento de Resíduos, em que o solo é impermeabilizado e dutos são inseridos no interior das cotas de lixo para drenagem. Com o tempo, o chorume vai sendo canalizado para lagos artificiais, onde vai sendo tratado até que elimine a substâncias perigosas e transforme-se em lodo.
A real implementação da logística reversa ainda é um dos grandes desafios a superar no Brasil. Um dos primeiros passos é consolidar a coleta seletiva, para isso é imprescindível o engajamento de todos, sem o que será impossível de fato solucionar o problema do descarte de lixo.