Em tempos de estagnação da economia, o setor empresarial se vê na contingência de cortes de gastos e redução de investimentos. Com a retração dos negócios, setores que deveriam ser estratégicos deixam de receber incentivo, como por exemplo, os ligados a ensino e pesquisa.
Se considerarmos que é o setor produtivo o motor da economia, coloca-se um impasse. Se os responsáveis por fazer girar as engrenagens do desenvolvimento deixam de investir em formação e em novas estratégias de negócios, quem o fará? Independentemente de estar ligado aos segmentos de gêneros primários, indústria ou de serviços, deve partir de quem produz as iniciativas por virar o jogo. Oferta e demanda existem numa dinâmica complementar, em que um orienta reciprocamente os rumos do outro. Cabe a quem está no mercado analisar a conjuntura, para alocar recursos e pessoas, no sentido de incrementar os negócios num cenário desfavorável e que não permita erros.
Com previsão de inflação batendo a casa dos dois dígitos até o fim do ano, a incerteza e a dúvida assombram o empresariado. A dois meses para o fim do ano, a taxa inflacionária acumulada é de 8,47%, a maior desde 2003.
Diversificar para voltar a crescer
Especialistas entendem que em momentos de crise, ao contrário do que se imagina, a saída para retomar o crescimento e os lucros é justamente investir em comunicação e, principalmente, treinamento e desenvolvimento de pessoas. Donato Mingarelli, da Cezanne, que desenvolve software de recursos humanos, reforça a ideia “as crises econômicas, em muitos casos, são na verdade oportunidades para mostrarmos nossa capacidade de adaptação. Empresas que buscam se manter competitivas devem estar preparadas para as crises. Quem pensa que empreender é navegar sempre em mares tranquilos comete um grande equívoco”.
Empresas que compreendem a real importância de aperfeiçoar-se constantemente, inclusive, não deixam a crise bater para investir em treinamento e desenvolvimento. Uma grande empresa do setor de bebidas, por exemplo, embora registre lucros crescentes, aumentou o banco de horas dedicada a treinamento e desenvolvimento de pessoas. Se em 2012 alocou 500 mil horas com essa finalidade, em 2014 chegou a 800 mil horas distribuídas entre seus colaboradores exclusivamente para atividades de aprendizado e desenvolvimento de novas percepções e competências.
Empreender é um ininterrupto processo de aprendizado
Desta forma, fica claro que a solução mais indicada é sair da mesmice. Afinal, não faz sentido insistir no mesmo modelo de negócios quando a crise pede que sejamos criativos e ofereçamos alternativas para um mercado parado. Ou seja, trata-se de movimentar para sair do lugar.