Você sabia que a maioria das doenças que acometem os idosos são previsíveis e podem ser prevenidas? E o melhor, sem gastar muito. Uma alimentação adequada, visando uma nutrição especializada para idosos, permite que problemas graves como osteoporose e colesterol alto sejam controlados, melhorando bastante a qualidade de vida de quem já atingiu a melhor fase da vida.
Para ajudar a falar sobre o tema, a Dra. Flávia Ribeiro Campos Rodrigues, que atua na OrtoCenter, clínica ortopédica no Rio de Janeiro, deu algumas dicas de como a nutrição pode realmente prolongar a vida do idoso em mais alguns anos.
Inicialmente, a nutricionista chama atenção a um hábito necessário: “É importante que o idoso saiba equilibrar bem a sua alimentação. Como o seu metabolismo é mais lento do que já foi um dia, é ainda mais recomendado que o paciente divida melhor sua alimentação em 5 porções diárias. Ele precisa comer várias vezes ao dia, mas em poucas proporções. Isso faz com que o estômago não fique muito sobrecarregado, gerando complicações maiores. Na 3ª idade, qualquer pequeno problema pode gerar um transtorno enorme.”
Ela também enfatiza outras mudanças que acontecem na terceira idade e que interferem na forma como a alimentação é processada dentro do organismo: “mudanças no trato digestório [o caminho por onde a comida passa] e na composição corporal e a diminuição do olfato, do paladar e da produção de hormônios importantes, como a insulina, fazem com que a alimentação precise ser diferenciada.” A médica também lembra que, por isso, junk foods como salgadinhos de milho, refrigerantes e outros alimentos ricos em açúcares, sódio e gorduras precisam ser ainda mais evitados.
A médica assegura que a dieta ideal para cada paciente precisa ser indicada pessoalmente, pois as pessoas possuem necessidades nutricionais específicas e distintas entre si. Entretanto, é possível falar que uma dieta adequada é aquela que possui um equilíbrio entre os nutrientes ideais para o corpo, como proteínas, vitaminas, gorduras, fibras, sais minerais e água.
Os alimentos e suas funções
Segundo a doutora, os alimentos podem ser divididos em três funções principais: energética, construtora e reguladora. É importante que haja um equilíbrio entre esses três tipos de alimentos.
Alimentos energéticos
Com os alimentos energéticos, como o nome sugere, fornecem energia como combustível para o paciente poder exercer qualquer tipo de atividade. Estes alimentos são os ricos em carboidratos e gorduras. Por esta razão, precisam ser consumidos com moderação.
Alimentos energéticos: arroz, milho, pão, macarrão, batata, aveia, açúcares, doces, mel, amendoim, bacon, margarina, creme de leite etc.
Alimentos construtores
Este tipo de alimentos fornece o material necessário para as partes do corpo e tecidos que são perdidos por conta de descamações, cicatrizações, suor etc. Estes alimentos são ricos em proteínas, que também são responsáveis pela produção de anticorpos e todos os órgãos do corpo.
Alimentos construtores: feijão, ovos, ervilha, lentilha, leite, iogurte, carnes etc.
A Dra. Flávia destaca que o leite e seus derivados são alimentos que aparecem tanto nos alimentos construtores quanto nos energéticos, por suas propriedades alimentares. A ingestão do leite também é importante para o consumo de cálcio, substância importante para o fortalecimento dos ossos, que ficam bastante prejudicados com a terceira idade.
Alimentos reguladores
Facilitar a digestão e a absorção de nutrientes, além de fortalecer o sistema imunológico, permitir o bom funcionamento do intestino e proteger a visão, a pele e os dentes: esses são os benefícios de ingerir os alimentos reguladores. Eles são ricos em vitaminas, minerais e fibras.
Exemplos de alimentos reguladores: berinjela, pepino, chuchu, limão, laranja, cenoura, goiaba, caju, morango, brócolis, tangerina (ou mexerica), cereais integrais, salsa, couve etc.
Não deixe para se cuidar em cima da hora
Por fim, a Dra. Flávia lembra que, para a dieta seja de fato preventiva, mais econômica e mais fácil de seguir, é preciso iniciá-la o quanto antes. Isso porque quanto mais cedo passar a ter uma alimentação adequada, melhor o idoso consegue ingerir os nutrientes necessários. Com isso, o corpo se torna mais forte e protegido de possíveis problemas futuros.