O grupo “São José dos Campos Antigamente”, criado há nove meses pelo escultor Wagner Moloch, nome artístico de Wagner Donizette Ribeiro, está cativando os moradores da cidade que participam do grupo pela rede social Facebook. Atualmente, “São José dos Campos Antigamente” conta com 2.653 membros, número que aumenta a cada dia. “Chego a adicionar cerca de 40 pessoas por dia”, contou Moloch.
Nascido em São José dos Campos e apaixonado pela cidade, Wagner Moloch decidiu criar o grupo como forma de resgate histórico do município. “Diante do crescimento do município e as diversas alterações que a cidade vem sofrendo diariamente, tomei a iniciativa de criar este banco de dados, referente ao nosso passado, com a publicação de textos, fotos, vídeos e o que mais possa acrescentar para um diálogo saudável e, por que não, nostálgico”, declara o escultor.
Entre as diversas publicações do grupo estão fotos antigas da cidade, documentos e registros históricos, lembranças e histórias que, juntos, mostram detalhes das mudanças ocorridas que contribuíram com a formação atual do município, como a chacina da família Kubitzky, que deu origem ao nome do bairro Campo dos Alemães. Publicada no grupo, uma reportagem de 1 de julho de 1969 do jornal Folha de S. Paulo, feita pelo jornalista Edson Flosi, narra detalhes do crime que ocasionou a morte dos irmãos Hermann, Arthur, Erma e Frida Kubitzky, proprietários de diversos terrenos na cidade que, como não haviam herdeiros, passaram a ser propriedade do Estado.
Goreth Souza entrou no grupo há pouco tempo e está encantada. “Nunca encontrei algo tão maravilhoso e rico no Facebook como esse grupo”, declarou. Goreth participa enviando fotos, notícias e curiosidades sobre São José dos Campos. “A utilização de fotografias tem sido uma fonte de aprendizado da história da minha cidade”, relata. Para a internauta, “essas fotos estão sendo utilizadas como um importante instrumento no processo de reconstituição dos fatos, vivenciados ou não pelo grupo”. Além de divulgar a história da cidade, o grupo também está colaborando para o reencontro de diversos moradores, que se reconhecem em antigas fotos de escolas, empresas ou eventos e relembram momentos importantes e divertidos de suas vidas. “Somos testemunhas vivas de uma época, cenário que hoje se encontra modificado pela passagem do tempo”, enfatiza Goreth.
Tecelagem Parahyba – Fim de turno de trabalho no início da década de 1960, no seu auge produtivo.
Ponte de Santana, década de 1920.
Turma de formandos do ITA, década de 1950.
Placa de referência na divisa de São José dos Campos. Década de 1930.
Linha de produção da National/ Panasonic Componentes Eletrônicos do Brasil, 1983 – onde hoje fica o Espaço Cassiano Ricardo.
Com o crescimento do grupo, Wagner espera que, além do resgate histórico, essa iniciativa também sirva para motivar as pessoas em prol da manutenção dos antigos prédios da cidade, valorizando a qualidade de vida do município, suas antigas construções e a arborização da cidade. “Progresso não significa destruir tudo para realizar novas construções e tampouco significa que isso seja uma coisa boa, espero que o grupo cresça bastante e torne a população mais crítica, agindo em defesa dos patrimônios do município”, conclui.
O grupo “São José dos Campos Antigamente” é aberto para todos os usuários do Facebook que queiram participar enviando fotos, vídeos, reportagens ou que tenham apenas interesse em apreciar suas publicações relembrando ou conhecendo a história de um dos principais municípios da Região Metropolitana do Vale do Paraíba.
