Citando a antropóloga Lilia Schwarcz, “o Brasil foi o último país do Ocidente a abolir a escravidão, o que mais importou escravos e o lugar onde a escravidão moderna durou mais. Não saímos dessas marcas de uma maneira leve”.

O racismo é crime no Brasil, mas todos os dias ele se manifesta de várias formas no nosso cotidiano. Ser mulher e negra no nosso país, significa ter um caminho cheio de dificuldades a ser percorrido.

As mulheres negras ganham apenas 38% do salário de homens brancos. A despeito do crescimento das taxas de escolarização, a presença de negras nas universidades ainda é menor que a de brancas. A mortalidade materna de mulheres negras está 65% acima da de mulheres brancas.

Em 1900, Joaquim Nabuco, lançou o livro “Minha Formação”, mistura de memórias e pensamentos sobre o Brasil. Ali, escreveu “a escravidão permanecerá por muito tempo como a característica nacional do Brasil. Ela espalhou por nossas vastas solidões uma grande suavidade; seu contato foi a primeira forma que recebeu a natureza virgem do país, e foi a que ele guardou (…) Quanto a mim, absorvi-a no leite preto que me amamentou”.

Em 2014, muito tempo depois, o antropólogo Eduardo Viveiros de Castro fala ao jornal português Público: “a escravidão venceu no Brasil, ela nunca foi abolida. (…). É o mito de que no Brasil todas as coisas se resolvem sem violência. Sem violência, entenda-se, sem revolta popular. Com muita violência, mas sem revolta. A violência é a da polícia, do Estado, do Exército, mas não é a violência no sentido clássico, francês, revolucionário”.

Na Europa, a mulher negra sofre também discriminação, porém destacamos o progresso notável na inclusão das mulheres africanas na política europeia, fato que infelizmente não ocorre aqui, pois se temos poucas mulheres engajadas na política, o número de mulheres negras nesse mesmo setor é ainda muito pequeno.

por Veriana Mosil

Somos mulheres que tratam da vida, do gostar e do acreditar que a vida é tecida ponto a ponto todos os dias. Na tessitura os fios são admirados e dão sentido para a existência humana. É tecida pelos fios do amor, solidariedade, aceitação, e pelos fios da tragédia composta por sucessões, alternâncias e alteridades. É preciso paciência, entregas e renúncias, partidas e recomeços, altos e baixos. Dialogue conosco e se comprometa a tecer uma vida com sentido. Teçam VITAM conosco!

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