A deferentectomia, mais conhecida como vasectomia, é um procedimento cirúrgico com fins de contracepção. Consiste em ligar os canais deferentes, localizados junto aos testículos, e que atuam na produção de espermatozoides. A cirurgia é rápida, com anestesia local e não requer internação.
Os brasileiros ainda mostram-se inseguros em relação a se submeter à vasectomia, por questões culturais, por pensarem que ficarão impotentes ou por entenderem que deixar de fazer filhos os torna menos viris. Nada disso se confirma, já que o procedimento não afeta a ereção, nem a produção de líquido seminal. A ejaculação continua normal, podendo acontecer, em alguns casos, a produção de esperma um pouco menos denso e viscoso.
Segundo o urologista Paulo Salustiano, da Vivace, clínica de urologia no Rio de Janeiro, a vasectomia é indicada para casais que já tem filhos, e que querem manter relações sexuais sem a preocupação com métodos contraceptivos como camisinha, anticoncepcionais ou uso de DIU pela mulher “um dado importante e que procuro sempre observar é em relação à idade. Independentemente de quantos filhos o homem tenha, pode ser que em algum momento ele volte a querer ser pai. Procuro sempre advertir também sobre a cirurgia de reversão, muito mais complexa e que não recupera em 100% a capacidade reprodutora”.
Vasovasostomia ou vasoepididimostomia, uma cirurgia cara e sem garantia de resultados
Homens que desejam se esterilizar por vasectomia podem ter certeza quanto à sua eficiência como método contraceptivo. Como a emissão de espermatozoides para os testículos cessa, estima-se que com 8 ou 10 ejaculações o homem fique completamente estéril. O prazo indicado para manter relações sexuais é de 7 dias e após 30 dias o vasectomizado precisa realizar espermograma para saber se o procedimento funcionou.
Entretanto, é necessária bastante convicção para fazer a cirurgia, já que revertê-la mostra-se muito mais caro e trabalhoso. Fora os custos, aproximadamente 4 vezes mais altos do que o de uma esterilização, a vasovasostomia demanda maior tempo de recuperação, com estimativa de retorno às atividades em torno de 3 a 4 dias, e não garante que a produção de espermatozoides volte aos níveis anteriores à vasectomia.
Quais os possíveis efeitos colaterais da vasectomia?
Como todo procedimento de intervenção cirúrgica, a vasectomia pode causar efeitos colaterais indesejados. São eles:
- Dor persistente, chamada de Síndrome da Dor de Vasectomia
- Dependendo do caso, pode ser necessária a retirada do epidídimo (canal emaranhado localizado acima dos testículos)
- Ocorrência de granuloma
- Inchaço ou retenção de líquidos
- Pode acontecer a recanalização dos canais deferentes, com a refertilização do paciente.
Entretanto, as complicações são raras, e acontecem em aproximadamente 2 a 3% dos casos. A vasectomia é um procedimento simples, seguro e que pode trazer benefícios em qualidade de vida, já que nas relações sexuais a preocupação com uma gestação deixa de existir.