Pesquisa recente feita por um grande grupo de gestão de recursos humanos revelou dados até certo ponto surpreeendentes sobre o mercado de trabalho em 42 países. O levantamento é realizado há uma década e tornou-se uma espécie de termômetro para avaliar os segmentos com maior carência de profissionais qualificados.
Os motivos que têm levado as empresas a enfrentar dificuldades em encontrar mão de obra qualificada incluem:
- Falta de qualificação técnica
- Pouca ou nenhuma experiência
- Comportamento inadequado ou incompatível
- Exigência salarial acima do que se pode pagar
Entre os profissionais mais escassos no geral, figuram no topo das listas engenheiros, principalmente mecânicos, elétricos e civis e profissionais de Tecnologia da Informação (TI). Estão em falta mundialmente também profissionais ligados à Informática, como programadores e desenvolvedores.
A lista reserva algumas surpresas, como por exemplo, a falta de engenheiros no Japão, país em que a engenharia em diversos níveis é altamente especializada e desenvolvida. Há também escassez de profissionais de ofício, principalmente nos países mais desenvolvidos, como Estados Unidos e Israel.
E no Brasil, que profissionais estão mais em falta?
Engenheiros e profissionais de TI também estão em falta no mercado de trabalho brasileiro, entretanto essas duas categorias não estão no topo do nosso top 10 de mão de obra escassa. O profissional que tem sido mais difícil de encontrar, no Brasil, é o técnico, aquele com formação profissional de ensino médio.
De acordo com Donato Mingarelli, da Cezanne, empresa que desenvolve software de gestão de pessoas , existem problemas estruturais no Brasil que dificultam a formação de profissionais qualificados “o sistema de ensino brasileiro ainda precisa se aprimorar em diversos aspectos. Primeiramente, é preciso abandonar a cultura de estudar para passar, que é incentivada sobretudo por pais que só estão interessados em não perder o dinheiro investido em mensalidades e material. Sem uma base educacional sólida, que realmente prepare o profissional, é impossível o pleno desenvolvimento da economia”.
A mesma pesquisa revela que, no ranking dos 10 profissionais mais em falta no Brasil, as 7 primeiras posições são ocupadas por trabalhadores de formação técnica. Portanto, faz todo o sentido em atribuir a escassez de profissionais ao sistema de ensino deficiente.