Com o objetivo de aliar a música como potencializadora no processo de aprendizagem, a professora Sônia Jardim, em parceria com a psicopedagoga Magali Rodrigues, criaram manualmente um material didático de musicalização infantil. A ideia veio da necessidade de estimular os sentidos das crianças com uma linguagem simples e que possa ser trabalhada por profissionais de pouca ou nenhuma formação musical. Assim, surgiu o Grupo Primeiro Sons.
A palavra musicalização em si, já nos dá uma pista do que se trata. Musical + ação = musicalização, ou seja, ação musical. Na verdade é o conjunto de ações ligadas ao ritmo ao movimento e a linguagem corporal. (verbal ou não verbal). Musicalização é experimentação é manuseio, trata a música como uma grande brincadeira, e a transforma em um fenômeno prazeroso de criatividade. Promove a transformação do aluno, em agente produtor de arte. A escola é então um espaço privilegiado de investigação, experimentação e criação. A escola ao abrir espaço para a música em sala de aula. Devera acolhê-la como uma possibilidade forte de aprendizagem criativa e produtiva. Dessa maneira, o professor deverá desempenhar o papel de facilitador, de condutor e de provocador artístico. Envolvendo o aluno como um todo, nessa viagem pelo mundo da musica.
“É possível a partir de uma historia sonorizada trabalhar todas as características da som, timbre, altura, intensidade e duração. Além das pausas, organização, enfim, é possível fazer um amplo trabalho de musicalização e ainda beneficiar a criança do ponto de vista cognitivo e afetivo”. Explicou Sônia Jardim, enquanto apresentava simpáticos kits de trabalho que correspondem a demanda para os professores e alunos. Todos produzidos com a colaboração de um grupo de artesãos. Cada kit reuni o livro “Historia sonorizada da Clarinha”, instrumentos e uma linda boneca de pano da protagonista.
A quem se destina o projeto Clarinha?
Professores de educação infantil, devido sua eficacia no trabalho de musicalização e a facilidade de aplicação. Fonoaudiólogos, pelo estimulo significativo da fala ,estimulação auditiva e coordenação entre sons e palavras. Psicólogos, em virtude da interação da criança tanto com a boneca quanto com os instrumentos e acoes cotidianas. Terapeutas ocupacionais, principalmente em função do manuseio diferenciado e interação com sons texturas.
“Nós apenas pretendemos levar o aluno a descobrir o artista dentro dele e ajudar o professor também a fazer essa descoberta, tornando-se o agente do conhecimento”. Reforça Sônia, que mostra com orgulho o trabalho realizado.
A Pedagogia Waldorf como metodologia aplicada:
A antroposofia é um caminho do conhecimento que deseja levar o espiritual da entidade humana para o espiritual do universo. Ele aparece para o ser humano como uma necessidade do coração e do sentimento. E deve encontrar sua justificativa no fato de poder proporcionar a satisfação dessa necessidade. A antroposofia só pode ser reconhecida por aqueles que nela encontram o que buscam a partir da sua própria sensibilidade. Portanto, somente podem ser antropósofos, pessoas que sentem a necessidade de aceitar perguntas sobre a essência humana e do universo, assim como sentem fome e sede (STEINER, 1924). Fundamentalmente, esta pedagogia tem como objetivo desenvolver a personalidade de forma equilibrada e integrada, estimulando o florescimento na criança e no jovem ao ativar maior clareza de raciocínio, equilíbrio emocional e iniciativa da ação.
A aprendizagem dos alunos vai sendo assim construída, mediante processo de relação do indivíduo com seu ambiente sócio-cultural e com o suporte de outros indivíduos mais experientes. É na zona de desenvolvimento proximal (ZDP) que a interferência desses outros indivíduos é mais transformadora. O conceito de ZDP é relativamente complexo, já que ele compreende a região do cérebro ligada ao aprendizado. No caso da criança, representa uma situação cognitiva, em que ela só consegue resolver determinada tarefa psicointelectual com auxílio de alguém mais experiente.
“Para mostrar basta um dedo. Para instruir é preciso o intelecto. Para ensinar é preciso inteligência. Para educar é necessário além de mais, sensibilidade e acrescentemo-lo, o Amor.”
Edgar Williems
Sobre as idealizadoras do projeto:
As professoras Magali Rodrigues e Sônia Jardim, são as escritoras da Coleção Oficina de Música, editora Rideel, com mais de 300.000 exemplares vendidos. Naturais de São José dos Campos, desenvolveram suas carreiras na área da educação infantil e ensino fundamental. Magali Rodrigues é pedagoga e Sônia Jardim é professora de musicalização. Ambas com quase 20 anos de experiência educacionais, além de lecionar, desenvolvem trabalhos na área de formação de professores e acreditam que este é um trabalho desafiador, mas também divertido com forte apelo cultural.
Confira um vídeo com uma apresentação para as crianças desse trabalho do Grupo Primeiro Sons:
Como fazer contato?
GRUPO PRIMEIROS SONS
magaligenesio@yahoo.com.br
sol-jardim@hotmail.com