Construindo Cidadania
O autor é Roberto Ravagnani, palestrante, jornalista (MTB 0084753/SP), radialista (DRT 22.201), conteudista e Consultor de voluntariado e responsabilidade social empresarial. Voluntário como palhaço hospitalar há 18 anos, fundador da ONG Canto Cidadão, consultor associado para o voluntariado da GIA Consultores para América Latina, sócio da empresa de consultoria Comunidea, curador do site varejo consciente, conselheiro Diretor da Rede Filantropia e fundador da Aliança Palhaços Pelo Mundo. www.robertoavagnani.com.br

Processed With Darkroom

Quando – 3 a 11 de agosto de 2018.
Onde – País – Peru / Província de Loreto / Cidade – Iquitos / Bairro – Belén / Selva Amazônica.
Depois de ter contado um pouco do lugar onde fiquei este tempo agora quero começar a falar das experiencias.
No primeiro dia recebemos as recomendações de sobrevivência no local onde iriamos passar a maior parte do tempo, Belén. Coisas básicas como compre água, não coma coisas na rua e evite as mãos nos olhos e boca e use álcool gel sempre que possível e não leve coisas de valor para o trabalho.
Após estas, começamos os trabalhos conhecendo nossa rotina, que seria bem larga, com muitas idas e vindas, em tuc tuc ou ônibus, opções para participar de diversas atividades e os encontros no centro cultural de Iquitos, estes seriam ricos em trocas de conhecimento com palhaços de outros países. Os encontros na maioria das vezes aconteciam no começo da manhã e da tarde a algumas vezes a noite, sempre coordenados pela equipe do instituto Gesundheit de Nova York – EUA, criado e coordenado pelo Dr. Hunter Patch Adams, que não esteve nesta viagem por motivos particulares, mas estavam conosco, seu filho Lars Adams e o Dr. Jony Glick, amigo e parceiro do Dr. Patch durante toda a vida, um ser humano incrível que passa grandes lições de amor incondicional pelo ser humano mostra para nós palhaços que o olhar é a maior ferramenta que temos e podemos, na verdade devemos utiliza-lo bem mais, falar é bom , mas ouvir e olhar é melhor ainda.
Ouvir é um dos grandes aprendizados desta viagem, ouvir e se colocar no lugar do outro, ver a comunidade onde estávamos com olhar carinhoso e não de ódio pelo políticos que deixam daquele jeito, olhar com olhar generoso para aprender com aquelas pessoas, que participaram junto conosco de diversas atividades e nos mostraram tanto respeito, carinho, educação, generosidade, gratidão, mas o desejo de transformar o lugar, a cidade, o mundo, mas antes de tudo, a si próprios pois isto eles tem total domínio.
A nós voluntários coube o papel de sermos ferramentas pequenas para esta transformação, muito mais um incentivo para que elas ocorram de fato, pois direitos eles já têm. A nós voluntários coube o papel de assistir e apoiar toda e qualquer manifestação de desejo de mudar. Nós voluntários utilizamos das armas que dispúnhamos, arte, dança, cinema, contação de histórias, riso, musica, pintura, conversa, jogos, visitas, tradições, presentes, abraços, sorrisos (MUITOS), olhares, mãos dadas, brincadeiras, ula ula (bambolê), palhaçadas, atenção, sugestões e caminhadas, ufa como caminhamos.
Esse era nosso espectro de atividades, nos inscrevíamos para uma ou mais a cada dia e divididos nos pequenos grupos, existia mais uma preparação pequena para a atividade específica, ali nossas habilidades eram chamadas a prova para que pudéssemos oferece-las a comunidade de forma bastante intensa.
Assim saíamos prontos, ansiosos, suados (pelo calor tropical), poluídos (fumaça dos tuc tucs) e com certeza que todos fariam o melhor. Sem apontar erros, sem tentar ser melhor que ninguém, pois não havia tempo para ficar pensado nisso, sem querer aparecer para ninguém, 60 voluntários invadiam diariamente o bairro para doar (tempo) e seu talento e receber um sorriso de agradecimento de crianças e idosos sem distinção.
No próximo capitulo detalho mais as atividades que fizemos.