A crise hídrica enfrentada por algumas das principais regiões metropolitanas do Brasil tem trazido consequências negativas que se disseminam como num efeito dominó. A escassez de água ocasionada pela falta de chuvas em algumas regiões tem trazido à tona um discurso de economia sustentável e reaproveitamento dos bens naturais oferecidos pela natureza.
A iminente crise tem provocado um êxodo por parte das empresas, que dependem da água como recurso fundamental para sua linha de produção. As empresas que ainda resistem em alguns estados como São Paulo estão adotando medidas drásticas, cortando custos com demissão de funcionários e investimentos de insumos.
Setor agrícola é responsável pelo maior consumo de água do país
A água é fonte de matéria-prima essencial para setores como o agrícola, pois no Brasil 63% dos recursos hídricos são destinados às plantações para irrigação, além de comprometer também grande parte da base energética.
A água é utilizada pela indústria de diversas formas, no resfriamento e lavagem de peças, como solvente e na diluição de emissão de poluentes. O setor é responsável por consumir cerca de 22% do recurso natural, enquanto nos países mais desenvolvidos chega-se a uma média de 59%. Já nos países mais pobres a média fica em apenas 8%.
Maus hábitos são a principal causa do desperdício de água
De acordo com dados divulgados pela ONU, o desperdício começa cedo nos lares. Uma criança nascida em um país desenvolvido consome de 30 a 50 vezes mais água que a dos países subdesenvolvidos. Esse desperdício deve-se aos maus hábitos como banhos demorados, escovar os dentes com a torneira aberta e lavagem de quintal e carro com mangueira. O banheiro é um dos cômodos da casa onde se há o maior índice de desperdício, pois uma descarga pode consumir até 30 litros de água.
Segundo o engenheiro Gelma Reis, da Ética Ambiental, empresa de análises ambientais, os maus hábitos de consumo são a principal causa do desperdício. “Simples medidas como a redução da duração do tempo no banho geram uma economia de seis litros por minuto” completa Reis.
Falta de chuvas colabora para aumento de casos de dengue
A frequente falta de chuva tem colaborado para a proliferação de focos do mosquito Aedes aegypti, devido ao armazenamento de água potável em recipientes pela população. Somente na capital paulista a incidência de casos de dengue aumentou em 200% nas primeiras oito semanas do ano em relação ao mesmo período de 2014.