Gêmeos que nascem unidos por alguma parte do corpo são popularmente conhecidos como siameses, ou xifópagos, quando são unidos pelo tórax – em grego antigo, xifos significa espada, em referência ao osso esterno e pago significa ligado, unido. Conhecida entre os profissionais de saúde como gemelaridade, trata-se de um fenômeno causado pela fertilização de dois óvulos por dois espermatozoides, chamada dizigótica, ou da divisão de um embrião, chamada monozigótica
A comunidade científica estabelece como limite máximo para divisão de um embrião a 13ª semana de gestação. Se ocorrer após esse prazo, não haverá separação completa dos fetos, portanto, haverá ocorrência de gêmeos siameses.
Gestações de gêmeos dizigóticos são mais arriscadas, pois são elevadas as possibilidades de se desenvolver anomalias congênitas. Não existem estatísticas seguras a respeito da ocorrência de nascimento de siameses em relação aos nascimentos normais, entretanto, com base em informações gerais, estima-se que 1,6% do todos os nascimentos sejam de siameses, que são classificados de acordo com o ponto em que seus corpos estão unidos. Os mais comuns são:
- Onfalópagos – unidos na área do umbigo
- Xifópagos – pelo esterno, tórax e abdômen
- Isquiópagos – unidos pela pélvis
- Craniópagos – unidos pelo crânio
- Pigópagos – pelo osso sacro
Existe uma gama de nascimentos siameses, categorizados segundo a forma e o ponto em que os corpos se unem. Segundo o médico Eduardo Gutierrez, da Axiste, empresa de materiais cirúrgicos no Rio de Janeiro, a cirurgia de separação de corpos é muito complexa, e em cerca da metade dos casos pelo menos um dos gêmeos não sobrevive.
Casos recentes de gêmeos siameses no Brasil
Em Goiânia, capital de Goiás, os gêmeos Heitor e Arthur Brandão foram separados numa cirurgia que durou aproximadamente 15 horas, do dia 24 para o dia 25 de fevereiro. Arthur faleceu no dia 27, após diversas complicações respiratórias e febre. Heitor continua internado em estado grave.
No mesmo hospital em que nasceram Heitor e Arthur, nasceram há doze anos Raniela e Rafaela, unidas pelo abdômen. Representando os 5% dos gêmeos que sobrevivem após a separação, as gêmeas hoje levam uma vida normal.