Universitários de São José criam grupo de teatro e produzem documentário em homenagem ao homem (e ao espaço) Benedito Alves

Quem passa pela avenida São José, no centro de São José dos Campos, tem como atrativos pelo caminho prestar atenção ao trânsito, um drive-in de fast food ou uma olhada — nem que seja rápida — para a vista do Banhado, que inevitavelmente atrai a curiosidade.

Quase na altura da Igreja Matriz, escondido em meio a um trecho cinza, a fachada do Cine Teatro Benedito Alves repleta de sinais do tempo — nove anos sem ver o público entrar por ela — guarda uma parte importante da história cultural da cidade.
O resgate devido ao legado — assumido em compromisso para a próxima gestão municipal — ganha agora um novo aliado com o grupo de teatro Casa de Benê.

Formação. Um grupo de estudantes da Univap (Universidade do Vale do Paraíba) se reuniu para criar uma companhia cênica que encontrou na história de Benedito um patrono.
“Já havia uma intenção de criar o grupo e, após a fundação, casou o interesse com o que o Benedito Alves representa para a cena cultural da cidade. É um grupo que já nasce com a expectativa de ser aliado na revitalização do espaço”, revela o estudante da Rádio e TV Élcio de Carvalho, que dirige a trupe e também é formado em artes cênicas.
Influenciados pelo ambiente acadêmico, os atores ensaiam atualmente para a peça “Lira para Piano e Pedra”, uma adaptação da dramaturgia de “Lira dos vinte anos”, de Paulo Cesar Coutinho, que fala sobre o embate entre universitários e regime militar.
“Além disso, também estamos produzindo um vídeo, para contar a história do espaços (Cine Teatro) e do Benedito Alves. Estamos programando a produção para dezembro e janeiro e procurando pessoas para dar depoimentos”, afirma o estudante.

Repercussão. Para o neto de Benedito, Gabriel Alves Silva Júnior, a iniciativa é uma frente importante na luta pela revitalização do espaço.
“Este grupo vem a somar com o movimento cultural, prestar uma homenagem justa e resgatar a memória do homenageado. Fico muito feliz.”
Descendentes de italianos, Benedito — que neste ano teve seu centenário de nascimento — era muito ligado à igreja e aos Vicentinos. Trabalhava como construtor junto ao pai e irmãos. Na década de 40 construiram o Cine Teatro e, com um grupo amador, iniciaram a saga do local.
Com nove integrantes, o nome da trupe ganhou tradução curiosa por uma estudante italiana, que integra o elenco. “Para a Alessia, que veio da Itália, o nome do grupo pareceu ‘Teatro do Bem’ pela proximidade de significados”, conta Élcio. Que seja um prenúncio.

FONTE: O Vale

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