Dentre tantas lembranças ruins que 2020 nos deixará, há pelo menos uma coisa maravilhosa prestes a acontecer: a primeira edição da OIMC – Olimpíada Internacional de Matemática e do Conhecimento; um projeto do Instituto Alpha Lumen em parceria com a Hope Cup chinesa. Aliás, a ideia da competição nasceu justamente na China, em 2019, quando a Alpha levou alguns aprendizes para a Olimpíada Chinesa e assistiu, orgulhosa, à vitória deles em diversas categorias – vale ressaltar que essa primeira e bem-sucedida participação foi a primeira da Alpha Lumen na competição.
A Equipe do Instituto Alpha Lumen, medalhista no WMTC 2019. Foto: Divulgação.
A experiência altamente positiva gerou frutos e acabou servindo de embrião para que, junto à Hope, a Alpha Lumen criasse a OIMC, que, embora tenha clara inspiração no modelo chinês, tem algumas particularidades. A principal bandeira levantada pelo Instituto e pela competição criada é a colaboratividade. Nas palavras dos próprios, “trabalhamos em equipe com times que reúnam diversidade de perfis e interesses para valorizar todas as áreas do conhecimento. O foco não está na competição, mas em trabalhar desafios, aprender com eles e interagir com colegas para efetivar as resoluções. Toda a dinâmica envolvida estimula os estudantes a explorarem soluções e com isso, aprenderem”.
A OIMC surge com a expectativa de contribuir no cenário educativo do país, trazendo inovação e perpetuando o espírito colaborativo e a ética, o que nos leva também ao cuidado que o Instituto teve com relação a ser organizador e participante do evento. “Os estudantes do Projeto Escola da Alpha Lumen participam da OIMC e uma categoria e premiações à parte para não haver conflito de interesses”, afirmam.
A Olimpíada Internacional de Matemática e Conhecimento é um projeto ambicioso, que vem para coroar anos de trabalho que o Instituto Alpha Lumen presta para a educação no Brasil e seu Projeto Escola já teve resultados demonstrados inclusive fora do país, em torneios de robótica, olimpíadas de astronomia e de matemática.
A competição começa no dia 18 de setembro e até o momento tem representantes de todos os estados brasileiros e do Distrito Federal. Já são mais de 8 mil impactados entre alunos e professores de todo o Brasil com um número expressivos de escolas e equipes participando. Muitas vezes, uma escola com espírito olímpico acaba inscrevendo várias equipes como é o caso do tradicional Colégio Dom Pedro II, do Rio de Janeiro (RS). Acostumados com olimpíadas científicas, o PII já inscreveu dez equipes em todos os níveis da competição.
Mas a OIMC já traz em sua primeira edição no Brasil outras tantas histórias incríveis. O time SOMOSMAISLG da pequena cidade de Coruripe, em Alagoas. Felipe Adeido do oitavo ano segue se preparando e muito entusiasmado com a participação da cidade.
Apesar de origem humilde, percebeu que através das olimpíadas de matemática poderia ter uma vida melhor no futuro e consequentemente para toda a sua família.“Pela matemática já consegui uma medalha de bronze na OBMEP 2019, ouro na canguru 2019 e sou um apaixonado por conhecimento. Estou muito feliz pela oportunidade” afirmou o jovem talento alagoano.
E o Vale do Paraíba não ficou de fora. Faltando uma semana a OIMC conta com muitas escolas de São José dos Campos, Jacareí e região, Taubaté, Pindamonhangaba. Todas as escolas públicas foram convidadas e as particulares que são sempre bem vindas aos eventos da ONG Instituto Alpha Lumen também.
O jovem Rafael da Escola Municipal Ricardina dos Santos de Morais comentou em um programa de televisão. “É a minha primeira olimpíada, estou muito feliz, muito ansioso”, destacou o jovem estudante do ensino fundamental.
Os membros da organização da OIMC dentro do IAL também tem realizado muitas interações com o público em geral, promovendo lives, webinários, reuniões pelas redes sociais, sempre levando ao conhecimento dos participantes e interessados, como é divertido e importante participar de olimpíadas científicas, abrangendo o poder de abrir portas para mais conhecimento e levar a realizar mais sonhos.
Pensando nisso, a OIMC se expandiu também para países de língua portuguesa com times de Angola, Moçambique e Cabo Verde. Como se trata de uma olimpíada muito acolhedora e inclusiva, nada melhor do que proporcionar a presença dos coirmãos lusófonos. Em Cabo Verde, foram criadas duas equipes da escola Palmarejo Grande, região afastado dos grandes centros da capital Cidade da Praia. Em Angola, já são três equipes de uma mesma escola escolhida pela CNA – Comissão Nacional de Angola para Unesco vinculada ao Ministério da Educação. Moçambique também marca presença com duas equipes montadas pela Associação Social Educativa da Zambézia, 300 km da capital Maputo.
“Estamos empolgados em nosso país, nossa região. Esta atividade vai nos conectar com o mundo. Agradecemos o IAL pela oportunidade dada aos jovens cabo verdianos” comentou Alcides Soares – Gestor educacional.
Para o ativista social e educador Helton Tivane, 21 anos, a OIMC é inspiradora: “Os jovens moçambicanos necessitam desta interação nestes tempos de pandemia. É doloroso saber que começam a ficar ausentes do mundo por causa das escolas fechadas. A OIMC tem este olhar humano e acolhedor por intermédio do Instituto Alpha Lumen”.
Carlos Mambu disse que a empolgação em Angola é tanto que desejam avançar nas esferas do Ministério da Educação e na Unesco Angola. “Nas primeiras tratativas mostramos o IAL, a essência e a forma de atuação do Instituto Alpha Lumen no Brasil e também como poderíamos participar e contribuir com a olimpíada este ano e nos próximos anos. Estamos entusiasmados e contando os dias para que esta parceria aumente cada vez mais”.
Os três países lusófonos, Angola, Cabo Verde e Moçambique terão equipes participando da OIMC e já se colocaram à disposição na cooperação técnica e acadêmica para uma construção de conteúdos africanos nas diversas áreas.
As inscrições da OIMC – Olimpíada Internacional de Matemática e do Conhecimento, encerram dia 17 de setembro e a prova virtual da primeira fase será realizada dia 18/09.
Ao invés do tradicional que “vença o melhor”, talvez aqui o melhor encerramento seja mesmo algo como “todos unidos em prol da educação!”.
Fonte: Instituto Alpha Lumen