Os setores de recursos humanos vêm passando por um momento em que suas competências estão sendo redesenhadas. Atividades de rotina, como controle de folha de pagamentos, de presenças e férias, consideradas como não essenciais, passaram a ser delegadas, ou totalmente reformuladas dentro das organizações.

O outsourcing está em alta, e as tarefas de controle em setores de RH têm sido cada vez mais incorporadas a outras empresas, especializadas em gerir pessoas.

Mas e em relação aos treinamentos, o aperfeiçoamento dos empregados? A quem confiar?

Uma corrente de pesquisadores da Universidade de Harvard defende que o RH seja desmembrado em dois segmentos, um subordinado ao comando financeiro da empresa, cuja responsabilidade seria o gerenciamento de pagamentos e benefícios. O outro, ligado diretamente à chefia executiva, seria o responsável pelo desenvolvimento individual dos funcionários.

Em algumas empresas, os setores de RH ainda atuam com metodologias ultrapassadas, e representam, por isso, um entrave ao crescimento. Isso ainda é comum em empresas públicas ou ligadas a instituições sem fins lucrativos.

Entretanto, no caso dos empreendimentos particulares, a falta de um corpo profissional de gestão competente pode fazer muita falta quando é preciso sanar problemas com pagamentos, redirecionamento de funcionários ou mesmo apoiar a empresa em questões judiciais.

Como tornar o departamento de RH mais dinâmico

Segundo Donato Mingarelli, da Cezanne HR, empresa de softwares para gestão de pessoas, o equívoco de muitos departamentos está em criar uma cultura que acaba engessando os talentos “infelizmente muito gestores percebem como competentes colaboradores que trabalham estritamente dentro de uma zona de conforto, sem nunca tentar uma solução nova, ou dar ideias para aprimorar processos. Esse problema muitas vezes tem seu foco em setores de recursos humanos refratários a mudanças, seja por questões pessoais ou por medo mesmo.”

Uma outra confusão que se faz é confundir avanço tecnológico com desvalorização do fator humano. Ou seja, muitos profissionais percebem a tecnologia como substituto do empregado, e isso é um erro fatal, pois em longo prazo vai minando as bases para o desenvolvimento de uma equipe focada nas tarefas mais criativas.

Cada vez mais o termo “gestão de pessoas” vem acompanhando os principais estudos em administração. Se fosse de outra forma, e o foco não fosse no ser humano, os setores de RH talvez pudessem ser chamados de “recursos burocráticos”.