Vista do mirante de Piranhas (AL)

Vista do mirante de Piranhas (AL)

 

“Nunca acordei e vi as águas do Rio São Francisco com as mesmas cores por dois dias seguidos”, afirma a pernambucana Eliane Figueira, que há quase uma década elegeu a cidade de Piranhas, no sertão alagoano, como lar. Desde então, a empresária pode observar do mirante do seu restaurante as tonalidades do Velho Chico alternarem entre o verde esmeralda e azul marinho.

Piranhas fica a 290 km de Maceió e é uma das mais de 500 cidades cortadas pelo Rio São Francisco em seus 2.700 quilômetros de trajeto. O centro histórico é composto por um conjunto de casinhas coloridas que combinam estilo barroco e a influência inglesa. A preservação arquitetônica do século 19 fez com que em 2003 a cidade fosse tombada pelo patrimônio histórico nacional.

A temperatura elevada, com sensação térmica acima de 40 graus, é um convite para aproveitar a prainha de Piranhas, às margens do rio. Do pequeno porto da praia fluvial saem, duas vezes por dia, embarcações que levam os turistas pelo leito natural do São Francisco. A primeira parada é o vilarejo de Entremontes. Ali, o tempo parece passar em outro ritmo:  como antigamente, mulheres lavam roupa na bera do rio, enquanto outras produzem calmamente  sentadas na calçada o rendendê, bordado típico da região cuja técnica é passada de mãe para filha.

O local é famoso por ter recebido, em 1859, uma rápida visita de Dom Pedro II, que em seu caminho para conhecer as cachoeiras de Paulo Afonso (BA), decidiu fazer uma parada no vilarejo. Na frente de uma casa que divide espaço com uma mercearia, há uma placa anunciando que aquele foi o local escolhido para o pernoite do então imperador do Brasil.

No entanto, é o membro de uma realeza bem distinta da portuguesa que ocupa o posto de figura histórica mais cultuada no local: Lampião, o Rei do Cangaço. O ponto mais aguardado do passeio é a trilha de meia hora até a Grota do Angico, na qual os visitantes refazem os passos dos soldados que, em 1938, conseguiram capturar e matar Lampião, Maria Bonita e seu bando.

A fotografia que se tornou famosa por registrar as cabeças dos cangaceiros expostas nas escadarias da prefeitura de Piranhas pode ser vista no Museu do Sertão, que fica no prédio da antiga estação ferroviária da cidade. Ali ainda estão expostos armas, vestimentas e outros objetos de um dos movimentos mais significativos da história do Nordeste no século 20.

A 15 km de distância de Piranhas, o lado sergipano do São Francisco também reserva surpresas. A cidade de Canindé do São Francisco é uma delas. A construção da usina Hidroelétrica de Xingó, na década de 80, deu origem ao quinto maior cânion do mundo e maior navegável, com 65 quilômetros de extensão.

Para chegar ao cânion é preciso pegar uma das embarcações que saem do dique Restaurante Carrancas. Durante as três horas de passeio, os turistas conhecem paisagens que combinam a vegetação da caatinga, rochas de granito avermelhado e o verde das águas do São Francisco. Ao longo do trajeto, imagens do santo que dá nome ao rio podem ser vistas em diversos pontos.

Uma parada é feita no Paraíso do Talhado. A gruta recebeu seu nome por conta da simetria de seus paredões, que parecem terem sido esculpidas à mão. Durante uma hora, os visitantes podem mergulhar em uma área cercada e protegida por redes. Também é possível visitar o interior da gruta, onde há um pequeno santuário em homenagem a São Francisco.

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Como Chegar

Carro– Quem sai de Aracajú deve pegar a BR 101, no sentindo Maceió. Seguindo em direção ao Município de Areia Branca, pela BR 235 e depois pela rodovia SE – 206. Há placas indicativas e as estradas são boas.
Ônibus – Para quem dispõe de pouco tempo, em Aracaju e Maceió há agências credenciadas que oferecem alternativas para fazer a viagem em apenas um dia. O pacote que inclui translado e passeio de catamarã pelo cânion custa em média R$ 120 . São 3 horas de viagem.

 

Onde ficar

Piranhas
Pedra do Sino Hotel
Rua Alto Mirante, Centro Histórico, 1600, Piranhas
Tel: (82) 3686-1365
www.pedradosinohotel.com.br

Canindé do São Francisco
Xingó Parque Hotel
Rod. SE 206 – Serra do Chapéu de Couro, s/n, Canindé de São Francisco
Tel: (79) 3346-1245
www.xingoparquehotel.com.br
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Parte do Cânion do Xingó

Vista parcial Cânion do Xingó

Cânion do Xingó

Cânion do Xingó

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Luana Ferreira é uma jornalista que vive de partida. Sempre planejando o próximo destino, adora escrever sobre viagens e cultura.