O tempo de manutenção de cada peça varia de acordo com o seu fabricante. Entretanto, é fundamental uma avaliação, pelo próprio motorista, de acordo com seu uso e o tipo de uso. Um carro que passa muitos quilômetros rodando na estrada, ou seja, sem acionamento permanente dos freios, sofrerá um desgaste menor que um mesmo modelo que rode no trânsito anda e para da cidade. Assim, o bom senso de avaliar periodicamente é diferencial no quesito segurança.

Mas, em uma média, a cada 10 mil km é necessária uma avaliação dos componentes baseando-se nos elementos que sofrem maior desgaste, como pastilhas e discos, além da volumetria do fluido hidráulico. E não se deve esquecer dos pneus. Rodízio a cada 10 mil km também é indicado, bem como uma avaliação de sua banda de rodagem, de modo que o coeficiente de atrito não seja bruscamente reduzido. Quando o limite indicado pelo fabricante é atingido, não pense duas vezes em fazer a troca de pastilha de freios ou mesmo a troca de pneus!

O efeito dos freios novos em dias de chuva

 

Quando um projeto automobilístico é desenvolvido, uma das partes mais importantes é o cálculo de distância de frenagem. Ele é definido como a distância mínima em que um carro para totalmente antes de atingir um obstáculo à frente e é fator preponderante à segurança automobilística. Diversas são as condições que podem modificar o projeto inicial, sendo o piso molhado, condição dos pneus e a qualidade das peças do freio as principais.
Não se deve deixar de levar em consideração a condição do motorista, variações na lotação do veículo e elementos externos como poças d’água. Mas, nesse caso, apenas os elementos técnicos do automóvel serão analisados para provar que a manutenção preventiva no sistema de freios é fundamental.
Para efeito de cálculo, ambas as condições de pista, seca e molhada, são observadas e existem elementos para chancelar cada valor. Por exemplo, o tempo entre a percepção de que há necessidade de acionamento dos freios até o momento real em que motorista pisa no pedal é de até um segundo. Nos cálculos, o tempo sobe para um segundo e meio, já que se fala em percepção humana. Da mesma forma, é usado o tempo de reação do sistema, que também é de um segundo. Nesse caso, usa-se o valor absoluto, já que a máquina não está suscetível a variações emocionais.
O coeficiente de atrito do pneu é outro elemento incluído no cálculo base, o que mostra a necessidade em pensar no sistema de freio com os pneus dentro do processo. Dessa maneira, observa-se que pastilhas e discos de freio, mangotes e fluidos hidráulicos, além dos pneus, que também precisam estar sempre em dia quanto à condição e calibragem.

Para se entender a variação da distância de frenagem entre os pisos, observe estes números

  • Velocidade: 50 km/h – Distância de parada no seco – 51 metros; molhado – 62 metros
  • Velocidade: 60 km/h – Distância de parada no seco – 65 metros; molhado – 83 metros
  • Velocidade: 70 km/h – Distância de parada no seco – 83 metros; molhado – 109 metros
  • Velocidade: 80 km/h – Distância de parada no seco – 99 metros; molhado – 137 metros
  • Velocidade: 90 km/h – Distância de parada no seco – 118 metros; molhado – 165 metros
  • Velocidade: 100 km/h – Distância de parada no seco – 140 metros; molhado – 201 metros

 

Distância de parada é bem maior no piso molhado, isso significa uma necessidade maior do sistema de freios

Mesmo com todos os componentes perfeitos, pode-se observar um aumento geométrico na distância de parada entre o piso seco e molhado. Tudo que envolve a condição dos freios deve ser pensado como elemento do sistema e que altera o comportamento do veículo.
Isso acontece com o desgaste dos amortecedores, por exemplo. Conforme se aciona o sistema de freios, o carro se apoia nessa peça e equilibra o peso, distribuindo igualmente pelo chassi. Com eles desgastados, o tempo de parada pode ser alterado em mais de 2 metros na distância total. Em pista molhada, o risco é ainda maior, já que a chance de aquaplanagem acontece antes do previsto no projeto o que pode gerar a perda total do controle do carro, principalmente porque o motorista se acostuma com a reação do seu automóvel.

Em caso de pista molhada, além da manutenção do veículo, deve-se reduzir velocidade

O risco de acidente, segundo a Polícia Rodoviária Federal, aumenta em 40% com pista molhada. Os profissionais que estão acostumados com diversas circunstâncias no trânsito recomendam que em dias de chuva a velocidade máxima seja reduzida. Na Via Dutra, por exemplo, a máxima em condições adversas de tempo cai de 110 km/h para 70 km/h. O especialista Danilo Vasconcelos, da Dinamicar Pneus, ressalta a importância dos freios e o respeito ao equipamento “carro com manutenção de freios em dia, não fica sem eles. Além disso, o respeito aos limites do carro faz com que o motorista se preocupe em procurar empresas especializadas”.