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“Por milhões de anos, a humanidade vivia exatamente como os animais.  Então algo aconteceu que libertou o poder de nossa imaginação: nós aprendemos a falar.”

É assim, na voz metalizada de Stephen Hawking, que se inicia a faixa “Keep Talking” do álbum “The Division Bell”, do Pink Floyd, uma verdadeira viagem de sensações, das mais densas às mais leves e libertadoras, do abandono à reconciliação, melancolia e reencontro.

E, como se não bastasse, tudo isso envolto em um mistério, o enigma de Publius.  Em junho de 1994, durante a turnê de lançamento do disco, apareceu uma postagem de um usuário no newsgroup da banda, autodenominado Publius,  sugerindo que haveria esse enigma a ser decifrado pelos fãs, que devem abrir suas mentes, se comunicar e pensar para chegar a uma conclusão.

Se notaram que o parágrafo anterior foi escrito no presente, mesmo se tratando de uma charada lançada vinte anos atrás, é porque ninguém ainda foi capaz de resolvê-la. Muitos, aliás, desconfiaram que fosse apenas brincadeira de algum desocupado, mas uma mensagem seguinte dava conta de que nos próximos dias uma prova de que se tratava de algo sério seria dada. E, em 18 de julho daquele ano, nas luzes que piscavam em frente ao palco da banda em East Rutherford, podia-se ler, por um breve momento as palavras “ENIGMA PUBLIUS”.

Nick Mason, o baterista, chegou a admitir em uma entrevista a existência do enigma, disse que o prêmio nunca foi entregue.  E referências ao enigma continuaram a aparecer em outros shows, capas de livros, CD’s e DVD’s, instigando a curiosidade de muitos.

E foi anunciado para o próximo mês o lançamento de mais um disco do Pink Floyd, intitulado “The Endless River”, que trará faixas, em sua maioria instrumentais e ainda com a contribuição de Richard Wright, tecladista da banda, falecido em 2008.  Foram músicas que também foram gravadas em 1993 e 1994, mas que acabaram ficando de fora do “The Division Bell”. Será que teremos novidades de Publius junto com o novo CD? A nós, cabe esperar, observar, ouvir, pensar e nos comunicarmos. E garantir que continuemos falando.

Um abraço e até a próxima!

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Fonte: Jornalismo Colaborativo

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De Guarulhos, mas viveu até os doze anos em Goiânia e desde então mora em Campos do Jordão. Aficionado por rock, cinema e literatura. Tem sua banda, onde toca baixo e na simplicidade toca sua vida.