O trimestre encerrado em maio de 2015 apresentou mais um indicador de que a recessão na economia brasileira não está dando sinais de recuo. No mesmo período do ano passado, se a taxa era de 7% de pessoas em idade economicamente ativa fora do mercado de trabalho, a mais recente PNAD, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, aponta 8,1% de indivíduos sem qualquer tipo de ocupação.

Esse percentual representa cerca de 8 milhões de desempregados em todo o país. Entre os mais jovens, na faixa entre 18 e 24 anos, a taxa é ainda maior, com 16% de desempregados. Desta forma, o Brasil coloca-se acima da taxa para a América Latina, estimada em aproximadamente 6% ao longo de 2015.

Alguns estados brasileiros estão acusando o golpe da recessão na forma de redução nos investimentos públicos e cortes em cargos comissionados, como no Amazonas. No maior estado brasileiro em extensão territorial, a arrecadação diminuiu em 10%, o que significou R$ 237 milhões de reais a menos nos cofres públicos, podendo chegar a R$ 250 milhões, já que os números relativos a abril ainda não foram consolidados.

Salários em baixa: profissões de nível médio são as mais afetadas

Desemprego no Brasil

Uma das consequências do desemprego é o achatamento dos salários. Diversos estados brasileiros apresentaram redução de quase metade nos vencimentos em categorias ligadas à construção civil e industrial. O corte mais dramático foi na construção, que amarga perdas de até 47% nos salários para trabalhadores sem nível superior. Por cidade, São Paulo, o maior centro econômico do Brasil, registra diminuição salarial em todas as profissões de 31%

Donato Mingarelli, da Cezanne, multinacional que desenvolve software para gestão de pessoas, aponta possíveis soluções para atenuar os efeitos da crise “toda crise traz em si não apenas as dificuldades, mas oportunidades para aguçar a criatividade. As demandas seguem as orientações do seu tempo. Ou seja, a crise em si não significa falta de chances de crescimento. É preciso mais força de vontade, mais determinação e mais disciplina. Quem persevera nessa hora, certamente obtém resultados antes do que imagina”.

Outra forma de driblar a crise é investir em formação. Boa parte das empresas que buscam preencher suas vagas reclamam da falta de qualificação da mão de obra em todos os níveis. Portanto, para quem tem reservas e não quer perder tempo, fazer cursos, participar de workshops e aumentar o network é uma boa possibilidade para diminuir o tempo na fila de espera por um emprego.