Jovens empreendedores egressos do ITA – Instituto Tecnológico da Aeronáutica, criaram sistema que tem favorecido milhares de estudantes a ingressarem em uma universidade. Projeto tem parceria com as principais faculdades particulares do país e consegue gerar até 80% de desconto nas mensalidades.

Replicar o modelo de negócios do mercado de aviação no universo da educação é a proposta de um grupo de jovens para tornar o ensino superior mais acessível à população, além de ajudar as universidades a atrair e reter alunos. Não por acaso, todos os seis sócios da RedeAlumni, criada para desenvolver projetos e ferramentas com esse objetivo, são formados no ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica).

Para Bernardo Santos, fundador e diretor executivo da empresa, a chave é a discriminação dos preços. As companhias aéreas oferecem tarifas que podem ir de R$ 50 a R$ 500 em um mesmo voo e, em sua opinião, as instituições de ensino poderiam fazer o mesmo com suas mensalidades. “Isso ajudaria a diminuir a ociosidade de vagas e a elevar o tíquete médio”, garante.

Uma das formas de fazer isso é o recém-lançado projeto Quero Bolsa (www.querobolsa.com.br), que faz a intermediação entre universidades conveniadas e estudantes em busca de descontos. Gratuito para ambas as partes, o serviço faz a diferenciação nos preços com base em fatores diversos como vagas remanescentes, antecipação de matrículas e transferências.

Outro produto é o Captavest, que leva em conta o poder de recrutamento do aluno para conceder abatimentos nas mensalidades. A cada novo matriculado indicado por ele, ambos ganham 10% de desconto enquanto permanecerem estudando. “Se a pessoa precisa de 80% de bolsa, ela vai correr atrás de oito indicações para aquela instituição”, explica Bonfim. Nesse caso, a universidade paga uma taxa para a RedeAlumni por matrícula realizada sob seu intermédio.

Assim como acorre na compra de passagens aéreas, existe um cálculo matemático que garante a sustentabilidade do formato. “O desconto médio acaba sendo de 20%, semelhante ao montante já oferecido pela maioria dos grandes grupos educacionais”, diz. A maior vantagem para as universidades, no entanto, é que seus estudantes se tornam agentes promotores da instituição. Além disso, a relação de interdependência entre os estudantes e seus indicados ajuda a aumentar a retenção nas salas de aula.

Como os sócios da RedeAlumni têm idades entre 23 e 27 anos, a atuação se dá por meio das redes sociais, embora exista uma sede física da empresa em São José dos Campos (SP). O objetivo, de acordo com Bonfim, é usar a internet e o marketing de relacionamento para “sistematizar” essas ferramentas e atingir o público certo. Nesse sentido, existe um forte trabalho da equipe para tornar a metodologia e as pesquisas cada vez mais precisas e eficientes. “É preciso refinar os dados e filtrar os alvos, não apenas disparar um ‘mailing’.”

Bonfim revela que a empresa conseguiu um aporte de capital privado no ano passado para iniciar suas atividades. “O projeto agradou investidores que buscam start-ups e o fato de sermos egressos do ITA facilitou o processo”, admite. A intenção é que, posteriormente, o modelo da Captavest possa ser aplicado em outros tipos de serviços como telefonia e cartão de crédito.

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