Após quatro anos de queda no índice de desmatamento da Amazônia, tivemos esse ano uma volta no crescimento desse dado. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), divulgou no fim do ano passado que em 2013 houve um aumento de 27,8% da taxa de desmatamento, se comparado com 2012. Mesmo com esse crescimento, o ano de 2013 teve o segundo menor índice da história brasileira.

A ministra do meio ambiente, Izabella Teixeira, comentou que o aumento do desmatamento foi algo específico de alguns estados, e que o governo não diminuiu recursos: “Temos combatido o desmatamento todos os dias. Nunca tivemos menos de mil pessoas envolvidas com as ações de combate ao desmatamento. Temos fiscais em campo que chegaram a trabalhar 60 dias consecutivos. Nesse período foram abertos mais de 4 mil processos criminais pelo Ibama”.

Desmatamento na Amazônia

Dados relevantes

A ministra fez algumas críticas bem duras a gestores dos estados onde o aumento foi maior: “Como o estado não vê que estão desmatando bem ao lado do aeroporto?”.

Trouxemos alguns dados que confirmam as afirmações de Izabella, e mostram que o aumento foi realmente em estados específicos:

Mato Grosso – Foi o local que teve o maior percentual de desmatamento no ano, teve um aumento de 52% o que corresponde a 1.149 km².

Pará – Teve 37% de aumento na taxa, bem menos que o Mato Grosso, porém foi o estado que mais desmatou no ano, com uma área de 2.379 km².

Roraima – Também teve uma taxa de aumento bem grande, de 48% o que corresponde a 933 km² de área desmatada.

Rondônia – Desmatou os mesmos 933 km² de área que Roraima, porém teve um percentual bem menor que o do estado citado anteriormente, de apenas 21%.

Em contrapartida a esses dados, tivemos estados que conseguiram reduzir bastante suas taxas, como é o exemplo do Amapá, do Acre e de Tocantins, que diminuíram seus índices em 59%, 35% e 17% respectivamente.

O especialista em gestão ambiental, Gelma Reis, que é fundador da empresa de consultoria ambiental no Rio de Janeiro, a Ética Ambiental, concorda com a ministra: “É um absurdo que não se veja que estão desmatando mil hectares em seu estado. Para conseguirmos reduzir de vez o desmatamento da Amazônia precisamos de um entendimento entre o Governo Federal e os Governadores locais, vai ser impossível atingirmos essa meta sem que eles trabalhem juntos”.