Em tempos de polêmica envolvendo a votação sobre a redução do superávit, alguns setores produtivos seguem com dificuldades de crescimento, por causa de políticas protecionistas e falta de incentivos fiscais. Mesmo assim, há setores que seguem, embora a duras penas, em curva ascendente de performance, caso do setor de equipamentos médico-hospitalares.

Dois fatores evidenciam que há mercado para expandir ainda mais a produção, que cresceu, de 2007 a 2013, 72%, segundo dados da Brazilian Health Devices. Em importações, o Brasil, em 2013, só perdeu para Hong Kong no quesito importação de equipamentos médicos.

O que faltaria, então, para o setor se desenvolver plenamente?

O BNDES, em proposta publicada para atuar no setor em 2010, avaliou que a produção nacional de equipamentos médico hospitalares ainda é dominada por produtos de média e baixa tecnologia. Isso dificulta a inserção brasileira no mercado estrangeiro, ao mesmo tempo em que facilita a atuação em território nacional dos grandes conglomerados mundiais, que fornecem produtos de alta tecnologia.

Chama a atenção, no estudo da BHD, a ascensão acentuada da produção brasileira de produtos médico hospitalares, que, entre categorias como produtos odontológicos, materiais de consumo e implantes, passou de 1,60 bilhões para 2,65 bilhões em volume produzido. Outros números ajudam a compreender melhor porque o setor merece mais atenção, já que, de 2007 a 2013, aumentou a oferta de empregos em 14 mil vagas, passando de 44 para 58 mil postos ocupados.

O que preocupa os profissionais de empresas que fornecem materiais cirúrgicos, entretanto, é que, enquanto cresce o mercado e a demanda, a participação dos produtos nacionais despenca.  De 2009 a 2013, a queda foi de quase seis pontos percentuais.

O que apontam os números

Em pesquisa recente, feita em 2014, o IBGE divulgou que um dos setores que mais aumentou suas vendas no varejo foi o de produtos médicos, ortopédicos, farmacêuticos e de perfumaria, com alta de 10,3%, que junto às vendas no setor de combustíveis, foram os principais responsáveis pelo bom desempenho no comércio varejista.

Segundo o BNDES, o crescimento da indústria de equipamentos médicos, no Brasil, estará ligado a fatores como maior participação dos setores médicos de diagnóstico e prevenção, aumento na demanda por serviços de saúde, aumento na expectativa de vida e maior incidência de doenças crônicas e a maior atuação das empresas estrangeiras.